Há dois anos, por esta altura, Matteo Berrettini estava parado. Tinha jogado o seu último encontro no Masters 1000 de Indian Wells, contra Miomir Kecmanovic, e tinha-se rendido após três sets bastante intensos. Depois, levantou a bandeira branca antes do Open de Miami devido ao problema na mão que o impediu de jogar durante vários meses. Foi obrigado a submeter-se a uma intervenção cirúrgica e só pôde regressar ao campo em junho, coincidindo com o início da sua querida época de relva. Fez um brilharete: ganhou primeiro em Estugarda, depois em Queen’s, enquanto não pôde participar no seu Slam preferido, Wimbledon, devido à Covid.
Mesmo em 2023, com a chegada da primavera, os problemas do campeão romano agravaram-se. Entre dores, conseguiu fechar a época no cimento, mas o habitual problema abdominal obrigou-o a retirar-se, como se recorda, a meio do Masters 1000 de Monte Carlo. Mais uma vez, nada de Roland Garros. Jogou apenas duas partidas no saibro do Principado, depois regressou a casa para descansar. E no regresso, em Estugarda, não correu, infelizmente, como todos esperavam.
Berrettini, maldita primavera
Um novo ano, uma nova vida, diz um velho ditado, pelo que só podemos esperar que seja esse o caso. Berrettini tem toda a intenção de recuperar o tempo perdido, razão pela qual planeou todas as etapas para garantir que faz o que não pôde fazer nos últimos dois anos, por razões alheias à sua vontade.
Jogar em terra batida, ou seja, o que ele admitiu numa entrevista há alguns dias que sentia falta. O seu percurso no saibro começará em Marraquexe, em cujo torneio 250 se levantará a cortina na segunda-feira de Páscoa.
A prudência nunca é demais, é verdade, mas é inegável que Matteo, com a sua cabeça, está finalmente lá. A experiência no Challenger de Phoenix e no Masters 1000 de Miami deu-lhe, apesar de tudo, uma grande satisfação, bem como a consciência de “estar na bola”. Esperemos, então, que o vermelho lhe traga alguma sorte.
