O Sevilha contra a Roma é a final da Liga Europa 2022-23 e será disputada na quarta-feira, às 21h00: transmissão televisiva gratuita, streaming, prováveis equipas, previsões
Há um ano, os Giallorossi quebraram um longo jejum de títulos ao triunfarem na abertura da Liga da Conferência, em Tirana, derrotando o Feyenoord por uma margem estreita, com um golo de Nicolò Zaniolo, actualmente no Galatasaray. Este ano, a equipa tem a oportunidade de dar um salto notável, conquistando uma taça ainda mais prestigiada: a Liga Europa. E, para além de reabastecer a sua colecção de troféus, os Capitolini, em caso de vitória, qualificar-se-iam, como cabeças-de-série, para a próxima Liga dos Campeões, o que não conseguiram alcançar através da sua classificação no campeonato. A Roma, que, tal como a Fiorentina (Conferência) e o Inter (Champions), chegou à final de uma prova internacional – o que não acontecia desde 1994 -, será a primeira a entrar em campo por ordem cronológica.
Pela frente, no entanto, terá um dos piores adversários que podem acontecer nesta competição. Não tanto pela qualidade do plantel, mas por uma questão de palmares. O Sevilha, também apelidado de “rei da Liga Europa”, tem uma relação especial com esta taça, tendo-a conquistado por seis vezes nos últimos 20 anos. A primeira foi em 2006, quando ainda se chamava Taça UEFA. A última é bastante recente: em 2020, num estádio vazio devido à pandemia, os andaluzes venceram o Inter de Antonio Conte. Para compreender isto, basta pensar que o Sevilha tem o dobro das taças que o Inter, a Juve, o Liverpool e o Atlético de Madrid, que estão em segundo lugar na lista de honra, atrás dos vermelhos e brancos. Por outro lado, a Roma pode contar com o seu treinador, que já conquistou a Liga Europa duas vezes na sua carreira. A primeira com o Porto (2003), a segunda ao comando do Manchester United (2017). O Special One também tem a sua própria mística quando se trata de finais: ele nunca perdeu uma.
Como a Roma chega a Budapeste
Uma Roma com duas caras. Tal como na época passada, os Giallorossi foram postos à prova pelo duplo compromisso semanal. Até o próprio Mourinho não nega este facto e, em entrevistas, recorda frequentemente que não tem um plantel suficientemente extenso para fazer face a duas competições, como a Liga Europa e o campeonato
Os Giallorossi correram um grande risco na fase de grupos, terminando em segundo lugar atrás do Betis – outra equipa de Sevilha – e só se qualificaram graças a uma vitória sobre os búlgaros do Ludogorets na última jornada. Obrigados a disputar o “play-off” de acesso aos oitavos-de-final, foi na fase a eliminar que deram o seu melhor, graças a excelentes exibições defensivas, mas sobretudo fazendo sempre valer o factor casa. No Estádio Olímpico, a Roma deu a volta ao Salzburgo depois de ter perdido o jogo da primeira mão, enquanto com a Real Sociedad, nos oitavos-de-final, foi ao contrário: 2-0 na capital e defesa da vantagem com unhas e dentes em solo basco. Quanto sofrimento, finalmente, com o Feyenoord e o Bayer Leverkusen. Contra os holandeses, Pellegrini e os seus companheiros precisaram de um golo mágico de Dybala para irem para o prolongamento, onde acabaram por dominar.
Contra os alemães de Xabi Alonso, na semifinal, porém, precisaram das “barricadas” no jogo de volta, na Alemanha, para manter a vantagem de 1 a 0 no jogo de ida. Um feito conseguido apesar de uma enfermaria cheia, com o treinador português em constante situação de emergência. O dispêndio de energia acabou, obviamente, por afectar o campeonato, onde a Roma parece ter desligado a ficha, concentrando tudo na Liga Europa. Nos últimos nove jogos, os comandados de Mourinho apenas venceram o Leverkusen e, no passado sábado, em Florença, somaram uma derrota (2-1), depois de três empates.
A “montanha russa” do Sevilha
A época do Sevilha, que pode ser dividida em pelo menos duas secções, é quase paradoxal. Até Março passado, de facto, Rakitic e os seus companheiros de equipa estavam a lutar contra a zona de despromoção. E o objectivo da época parecia ter-se tornado a salvação. De facto, o clube vermelho e branco mudou dois treinadores.
O ponto de viragem ocorreu durante a última pausa para as selecções nacionais, com José Luis Mendilibar, antigo treinador do Eibar e do Alavés, a substituir o exonerado Sampaoli (que, por sua vez, tinha substituído Lopetegui). Inicialmente, era suposto ser apenas um barqueiro, mas em pouco tempo mudou a face da equipa, trazendo ordem onde antes havia caos. O Sevilha, despromovido da Liga dos Campeões no Outono, tal como a Roma, também teve de ultrapassar o “play-off” para se qualificar para os oitavos-de-final. Os andaluzes também aproveitaram a sua vocação caseira: contra Psv Eindhoven, Fenerbahçe, Manchester United e Juventus, quase não sofreram golos no estádio Sánchez Pizjuán.
A verdadeira obra-prima, no entanto, foi quando eliminaram os Red Devils – derrotados por 3-0 em Espanha – e voltaram a defrontar os Bianconeri de Massimiliano Allegri nas meias-finais com Suso e Lamela, dois velhos conhecidos da Serie A. Já na La Liga, a situação voltou ao normal: o Sevilla já deixou há muito tempo os pontos quentes da classificação e, no papel, ainda pode terminar em sétimo lugar. Desde o jogo contra a Juventus, os andaluzes acumularam dois empates e uma derrota.
A previsão
Roma e Sevilla só se enfrentaram uma vez em copas europeias. A única anterior foi na Liga Europa de 2019-20, quando devido à Covid a competição foi disputada em pleno Verão, num jogo seco e à porta fechada: terminou 2-0 para os andaluzes. Os espanhóis ganharam as seis finais disputadas nesta prova. E também têm um bom registo com os italianos, eliminados cinco vezes em sete na fase a eliminar. Mas as probabilidades, neste caso, são muito equilibradas.
Com Mendilibar, o Sevilha deixou de procurar obsessivamente a posse de bola e tornou-se uma equipa muito mais vertical. Uma equipa que ataca com qualidade, graças aos seus jogadores experientes. Isto não é uma boa notícia para a Roma, que até agora se tem saído bem contra equipas que gostavam de controlar o jogo, mas que eram vulneráveis quando apanhadas em contra-ataque. É pouco provável que os Giallorossi mudem de atitude. É provável que continuem passivos, pelo menos enquanto a situação de empate se mantiver. É por isso que o primeiro tempo pode terminar empatado. De qualquer forma, não se vislumbra uma final espetacular. A opção do tempo extra deve ser considerada. Nos noventa minutos regulamentares, o número total de golos deve ser inferior a três.
Sevilha contra Roma – provável escalação
- SEVILHA (4-2-3-1): Bounou; Jesus Navas, Gudelj, Marcao, Alex Telles; Fernando, Rakitic; Ocampos, Oliver Torres, Bryan Gil; En-Nesyri.
- ROMA (3-4-2-1): Rui Patricio; Mancini, Smalling, Ibanez; Celik, Cristante, Matic, Spinazzola; Pellegrini, El Shaarawy; Abraham.
RESULTADO POSSÍVEL: 1-1