Manchester City-Inter é a final da Liga dos Campeões de 2022-23 e joga-se no sábado às 21h00: televisão gratuita, prováveis equipas, previsões.
Sonho e obsessão. Foi o avançado exterior nerazzurri Federico Dimarco que, na conferência de imprensa, puxou do velho adágio proferido por José Mourinho alguns dias antes da final da Liga dos Campeões de 2010, a última disputada (e ganha) pelo Inter. Uma expressão que se tornou icónica e que é provavelmente ainda mais relevante hoje do que há treze anos atrás.
Para os nerazzurri, se analisarmos a sua época como um todo, esta viagem à Turquia quase soa a uma “viagem de prémio”, totalmente inesperada, que chegou graças a uma final que esteve à altura das expectativas. Isso, em parte, acabou por ofuscar um ano caracterizado por numerosos erros, especialmente no campeonato, onde o Inter saiu muito cedo da luta pelo Scudetto e somou umas boas 12 derrotas. A Taça representa, portanto, um sonho. Um feito épico contra a equipa que é actualmente a mais forte e que pratica o melhor futebol do mundo. Por conseguinte, a pressão recairá toda sobre os ombros do Manchester City, que desempenhará o incómodo papel de grande favorito na noite de Istambul. A Liga dos Campeões é uma obsessão maravilhosa, perseguida há quase uma década. Desde que o xeque Mansour, que assumiu o clube em 2009, investiu biliões e biliões com o objectivo de dominar tanto em Inglaterra como na Europa.
O City tenta de novo, dois anos depois
O último e único troféu internacional dos Citizens (Taça dos Vencedores das Taças) data de 1970 e, antes do advento da nova propriedade da Emirates, nem sequer se comparava à realidade em que se tornou hoje. Graças a campanhas de compra faraónicas, claro, mas também a um treinador de vanguarda e revolucionário como Pep Guardiola.
Desde que o ex-treinador do Barcelona chegou a Inglaterra, em 2016, o Manchester City acumulou uma série de títulos nacionais, mas falhou o principal objectivo, a taça das orelhas grandes, que sempre lhe escapou à melhor hora. Há dois anos, no Porto, na única final disputada pelo City, tudo parecia encaminhado para o triunfo de De Bruyne e dos seus companheiros, mas o dérbi inglês foi ganho pelo Chelsea (1-0) graças a um golo de Havertz. Algo semelhante aconteceu no ano passado, na meia-final de regresso contra o Real Madrid, com os homens de Guardiola a serem anulados nos minutos finais, depois de já terem saboreado a vitória. Este parece ser o ano certo. O City está maduro para conquistar um troféu desta envergadura. Tem um Haaland extra no motor, um avançado monstruoso com 36 golos na Premier League, que no seu primeiro ano em Manchester bateu todos os recordes possíveis. O norueguês é a cereja no topo do bolo, a peça que faltava para tornar mais perfeita a extraordinária “máquina” montada por Guardiola.
Guardiola e a sua “máquina perfeita “
Foi também graças a ele que os Citizens conseguiram vencer a sua terceira Premier League consecutiva, depois de uma reviravolta épica sobre o Arsenal, que foi derrotado num sprint. E agora estão a um passo da mitológica “Treble” (Premier League, FA Cup e Champions League), um feito só conseguido até agora por uma equipa inglesa: os odiados primos Manchester United.
Mas foi na Liga dos Campeões que o Manchester City mostrou o seu melhor. Dominou literalmente o seu grupo (4 vitórias e 2 empates), enquanto na fase a eliminar, depois de eliminar o insidioso Leipzig, se impôs a dois outros couraçados como o Bayern de Munique e o actual campeão europeu Real Madrid, naquela que foi uma desforra da edição do ano passado. O denominador comum? As vitórias em casa: na estrada, o Manchester City empatou sempre 1-1, mas em casa foi nada menos que avassalador. Sete golos ao Leipzig, três ao Bayern, quatro ao Real, sem sofrer qualquer golo. Guardiola, que não vence a Liga dos Campeões desde 2011, quando estava ao leme do Barcelona, não deixou de corresponder às expectativas. A partir de Fevereiro, graças a algumas adaptações tácticas – Stones passou a ser um híbrido entre defesa central e meio-campo -, o seu City transformou-se num rolo compressor. E agora está mesmo a poucos centímetros da meta.
A Previsão
Não existe qualquer precedente oficial entre as duas equipas, que se defrontam pela primeira vez. Escusado será dizer quem é o favorito. De acordo com as casas de apostas, só os Citizens podem perder esta final: um triunfo do Inter, de facto, seria sensacional e é pago, em média, seis vezes mais do que a aposta. Pensar em parar de alguma forma o poder de fogo de Guardiola, a começar pelo solto Haaland, é pura utopia. Não é por acaso que o Manchester City nunca perdeu nesta competição este ano. E que, acima de tudo, marcou pelo menos um golo nos últimos 32 jogos. O Inter terá de ser perfeito na fase de não posse de bola, evitando sofrer golos nos primeiros minutos. E aproveitar os poucos espaços que, inevitavelmente, os campeões ingleses deixarão ao contra-atacar, atacando em massa o portador da bola.
Os dois avançados, Dzeko e Lautaro (ou Lukaku), podem incomodar a defesa inglesa. Nos oito jogos em que o City defrontou equipas que jogam com um duplo avançado, só manteve a sua baliza inviolada em duas ocasiões. É por isso que acreditamos que o Inter pode marcar pelo menos um golo num jogo com um total de pelo menos três golos.
Lista de jogadores do Manchester City v Inter
- MANCHESTER CITY (3-2-4-1): Ederson; Walker, Ruben Dias, Akanji; Stones, Rodri; Bernardo Silva, De Bruyne, Gundogan, Grealish; Haaland.
- INTER (3-5-2): Onana; Darmian, Acerbi, Bastoni; Dumfries, Barella, Brozovic, Calhanoglu, Dimarco; Lautaro Martinez, Dzeko.
RESULTADO POSSÍVEL: 2-1