Quem os segue e conhece suficientemente bem sabe, de facto, que antes de serem adversários são, acima de tudo, amigos. E não se trata de uma mera figura de retórica, mas sim de uma amizade real, de tal forma que, em dezembro passado, em pleno treino de inverno, combinaram encontrar-se e treinar juntos na academia de Juan Carlos Ferrero. Nesse mesmo dia, Sinner assistiu à cerimónia de atribuição do nome do seu amigo espanhol a um campo e captou todos os momentos com o seu smartphone, orgulhoso dessa bela homenagem. E Carlitos também se regozija sinceramente, sempre que os azuis marcam um novo golo.
Daí a tese, apoiada por centenas de utilizadores, de que Alcaraz é o mais fervoroso dos muitos pecadores do mundo atual. Que ele é o comandante do exército de cenouras e que ninguém fica mais feliz do que ele quando o Sinner joga bem, bate um novo recorde ou ganha mais uma posição.
Alcaraz fala sobre o Sinner: toda a verdade
Isto faz deles, na opinião popular, um dos mais belos “casais” desportivos de todos os tempos. Um par cuja beleza poderia mesmo ultrapassar a da lendária dupla Roger Federer e Rafael Nadal, que, em termos de desportivismo e amizade desportiva, estabeleceu o padrão para todos os outros.
Mas porque é que, perguntam tantas pessoas, existe um sentimento tão especial entre Sinner e Alcaraz? A razão é logo revelada. O próprio Carlitos revelou-o à margem da meia-final disputada em Indian Wells, que venceu ao bater o seu amigo de San Candido em 3 sets.
Os dois rapazes passavam muito tempo no balneário, devido à interrupção causada pela chuva, e aí trocavam ideias e opiniões sobre a “vida”. “Ele significa muito para mim”, admitiu o ibérico na conferência de imprensa. “Sempre disse que um atleta tem de ser, antes disso, uma boa pessoa. E o Jannik pensa da mesma maneira”. Eis, portanto, o seu segredo. Aquele que guardam ciosamente e que lhes permitiu reescrever as regras da competição e da rivalidade.
